O que aconteceu foi um movimento estratégico relevante: o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o retorno da estatal ao mercado de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) — o famoso gás de cozinha.
A Petrobras havia deixado esse segmento em 2020, no governo Bolsonaro, quando vendeu a Liquigás para a Copagaz e a Nacional Gás, alegando que queria focar na exploração e produção de petróleo e reduzir dívidas. Na época, a Liquigás tinha presença nacional e detinha cerca de 21,4% do mercado.
Agora, a volta acontece em um contexto em que o governo — principal acionista da Petrobras — critica os preços elevados do botijão para as famílias. O presidente Lula já reclamou publicamente que, embora a Petrobras venda o gás a cerca de R$ 37, em alguns estados ele chega ao consumidor por R$ 140, e considera isso um problema.
A Federação Única dos Petroleiros comemorou a decisão, argumentando que reduções de preço nas refinarias não chegam integralmente ao consumidor porque distribuidores e revendedores ampliam margens.
No mesmo dia do anúncio, a Petrobras divulgou seu balanço do 2º trimestre de 2025:
-
Lucro líquido: R$ 26,7 bilhões (queda de 24,3% frente ao trimestre anterior, mas reversão de prejuízo em 2024).
-
Dividendos e JCP: R$ 8,66 bilhões aos acionistas — sendo cerca de 29% para o governo federal e 8% para o BNDES.
Vale lembrar que esse retorno ao gás de cozinha não inclui, por enquanto, uma retomada da venda direta de gasolina nos postos (segmento abandonado após a venda da BR Distribuidora)
Resumo jornalístico 08/08/2025
Leave a Reply